ESG e Sustentabilidade da Arquitetura

E o termo ESG, o que significa e qual importância? Como aplicar ESG na Arquitetura? Este artigo responde a essas perguntas.

ARQUITETURA SUSTENTÁVEL

5/8/20255 min read

E o termo ESG, o que significa e qual importância?

ESG significa Environmental, Social, and Governance (Ambiental, Social e Governança), e refere-se a um conjunto de critérios que avaliam como uma empresa se comporta em relação a questões ambientais, sociais e de governança. Em resumo, é uma forma de medir o desempenho de uma empresa em termos de sustentabilidade e responsabilidade social.

Atualmente, se utiliza o termo ESG para Environmental, Social and Governance para se referir a sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e racionalização do desenvolvimento econômico, ambiental e social, quando se refere a controle de impactos e adequação aos objetivos de desenvolvimento sustentável - ODS da Agenda 2030 de uma empresa ou ator social.

O tema governança corporativa talvez seja um dos mais antigos dos três pilares do ESG. Presente desde 1980, a governança corporativa foi uma forma inventada pelos investidores nos Estados Unidos no intuito de evitar abusos e ineficácia na gestão das empresas. “A governança corporativa é permeada por várias questões, sendo que quatro têm maior relevância: equidade, prestação de contas, transparência e responsabilidade corporativa.(InBS, 2025).”

O conceito de meio ambiente que aparece na sigla do ESG está voltado ao quanto a empresa está focada em reduzir sua pegada ambiental. Assim, pode-se abrir para gestão de diversas atividades, como atuação na gestão de resíduos, redução das emissões de CO2, redução do consumo de recursos naturais ou, até mesmo, disseminação da educação ambiental. “Tudo isso é válido para que o investidor entenda qual o compromisso da empresa para com os impactos que a corporação gera ao meio ambiente.”(InBS, 2025).

O pilar da responsabilidade social é intimamente ligado ao impacto positivo gerado pela empresa dando benefício à sociedade e o contexto no qual está envolvida. Empresas socialmente responsáveis capturam o tipo de impacto que causam e geram as medidas e tomadas de decisão que focam em melhorar o entorno e a sociedade, em geral. Estas ações e medidas podem ser apoio da educação na sociedade, promoção da diversidade e inclusão social, apoio em causas sociais, investimentos na saúde e segurança dos stakeholders.

Na prática, todas as ações citadas são muito importantes e realmente mostram ao acionista o empenho da empresa em se comprometer com os pilares do ESG. É importante que empresas que escolham algumas medidas por exemplo a seguir:

  1. Definição do escopo de ESG: quais frentes de trabalho serão realizadas e quais pontos se fortalecerão?

  2. Inventário de riscos: esse passo é o mais importante. A busca por parte do investidor quanto ao ESG é exatamente para entender se a empresa tem ações contra todos os riscos existentes. “Se a empresa não gera um inventário de riscos, nem mesmo seus executivos sabem que pontos podem ser frágeis o bastante e com isso no futuro, desastres podem ocorrer.

  3. Ações recomendadas: após o inventário de riscos, as ações recomendadas devem ser tomadas a fim de eliminar ou mitigar os riscos inventariados. As ações devem ser acompanhadas à risca para demonstrar segurança ao investidor.

  4. Ações de compensação: muitos dos riscos gerados após mitigados, podem ainda assim permanecer ativos (o que ocorre, principalmente, em questões ambientais). Nesses casos devem ser utilizadas medidas de compensação para equilibrar os impactos gerados. Essas ações, podem ser compensação de CO2 com plantação de árvores, compra de créditos de carbono e outras que têm a mesma função.

  5. Monitoramento: Depois de todos os pontos estabelecidos, um fator que deve fazer parte da rotina de ESG é o monitoramento do plano de ação. Esse monitoramento deve ocorrer por meio de auditoria para que tudo o que foi estabelecido em escopo, inventário de riscos e planos de ação estejam conforme o planejado.(InBS, 2025)”.

Como podemos ver, o plano de gestão voltado ao ESG cria um caminho mais próximo entre empresa e investidor. E como fazer um plano de gestão sustentável ESG para atender aos ODS da Agenda 2030 em caso de operações de restauro. É esse um dos objetivos deste projeto de pesquisa.


São as Metodologias de Avaliação ESG

4.1. Análise Preliminar de Avaliação ESG

O que o ESG avalia?

  • Como a empresa se preocupa em minimizar o impacto no meio ambiente

  • Como a empresa busca construir um mundo mais justo e responsável

  • Como a empresa mantém processos de administração eficientes

Como o ESG é usado?

  • Investidores usam o ESG para identificar empresas bem administradas e com menor risco

  • Empresas usam o ESG para avaliar, monitorar e comunicar o seu desempenho

  • Empresas usam o ESG para se tornar mais aderentes às necessidades dos consumidores, funcionários e investidores

Como o ESG é medido?

  • Agências especializadas, como MSCI, Sustainalytics e EcoVadis, realizam avaliações ESG

  • Empresas podem acompanhar indicadores como:

    • Emissão de carbono

    • Uso eficiente de recursos naturais

    • Gestão de resíduos.

Como aplicar tudo isso à arquitetura? Faz-se da seguinte forma:

  • Escolhendo materiais de construção civil que sejam de emissão de carbono zero;

  • Escolhendo materiais da construção civil que usem de forma eficiente o recursos naturais e sejam ecológicos;

  • Escolher materiais que tenham gestão de resíduos na fabrica;

  • Escolher materiais de resíduos zero na obra;

  • Gerir resíduos da obra;

  • Garantir a emissão de carbono zero na obra e tendo uma obra limpa;

  • Minimizando impactos no meio ambiente;

  • Escolhendo mão-de-obra local;

  • Escolhendo empresas que prestem serviço que sejam sustentáveis e trabalhem com economia circular.

Fonte:

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InBS, Instituto de Sustentabilidade, apostila do curso gratuito “ESG, o que todo profissional deve saber”, 2025. Visualizado em: <https://inbs.com.br/cursos/topic/conteudo-de-apoio/> . Acesso em 15 de abril de 2025.

Rodrigues, Maria da P. J. Programa Monumenta em Cachoeira -BA: esperança de recuperação do patrimônio urbano e implicações socioeconômicas. Sitientibus, Feira de Santana, n. 47, p.39-68, jul./dez. 2012. Visualizado em :<https://periodicos.uefs.br/index.php/sitientibus/article/download/8587/7129/34334>. Acesso em 15 de abril de 2025.

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